segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Palavra inicial

Nos últimos anos, tenho experimentado mudanças intensas, resultantes de difíceis escolhas realizadas.

Há 3 anos e 8 meses vim morar em Salvador, à convite do meu irmão. (Há 1 mês ele foi transferido. Eu fiquei.) Optei por estar distante 1000km de amigos, família, mercado de trabalho em que era (re)conhecida. Aprendi que não há melhor lugar no mundo para se conhecer melhor do que aquele onde ninguém o conhece, nem a sua história. O melhor lugar para ser você mesmo é o lugar que lhe permite ser quem você quiser (Há quem opte por reinventar-se). Agora, quando olho para trás, tenho a sensação de que vivia uma vida que não se parecia em nada comigo.

Escrevi o ponto-final de um casamento de 5 anos, em julho do ano passado. Precisava me sentir bem com o fato de ser quem sou. Ontem, assistindo ao filme Suprema Felicidade, de Arnaldo Jabor, me vi. O personagem Marcos diz que, quando conheceu sua esposa, o que mais lhe atraiu foi o fato de ser muito sorridente. Mas, quanto mais triste sua mulher ia ficando, após o casamento, mais sentia que lhe pertencia...
Casei ao quase 22 anos, apaixonada e cheia de planos que incluíam o "felizes para sempre". Mas, acho que quem comandava, de fato, era aquele lugar obscuro que chamam subconsciente - desejo de sair de casa. Esse era o caminho mais fácil. 

Passei a morar sozinha a partir de janeiro. Precisava ter um lugar para chamar de meu, com a minha cara. Antes, morava com meu irmão. Escolhi um lugar próximo do meu trabalho (10 minutos, de ônibus). Para minha sorte, isso inclui morar na orla, a 4 minutos da praia, onde, ultimamente, estou caminhando.

Mudei de emprego no último agosto. Arrisquei duplamente. Primeiro, abri mão de um concurso, porque o trabalho e o trajeto que estava realizando me deixavam profundamente cansada e infeliz. Depois, veio o convite para ensinar em uma outra escola, mas tive que abrir mão de uma ótima escola, justamente no momento em que meu trabalho passou a ser reconhecido lá. Estou no novo emprego há quase 3 meses, uma escola maravilhosa que, das que conheço, é a mais próxima do ideal. A única que me permite condições para não levar trabalho para casa. Só quem é ou já foi professor sabe a importância disso. Permaneço no meu trabalho exatas 8 horas por dia, tenho transporte que me pega e me deixa em casa, saio às 15h30, o que me permite realizar outras atividades como estudar, malhar, passear, ir ao cinema. Há, na escola, um restaurante self service que me permite ter uma alimentação saudável. Além disso, tenho um excelente plano de saúde e odontológico que me custa apenas R$1,50 ao mês. Enfim, abrir mão de estar diariamente na companhia do meu namorado (Ah, sobre ele, falarei em outros posts) e de grandes amigos que conquistei na antiga empresa, dos meus alunos tão queridos e de uma certa estabilidade, trouxe suas recompensas.

Enfim, uma postagem é pouco para registrar tudo que me vem acontecendo. Aos poucos, vou relacionando fatos do cotidiano com as minhas memórias. São elas que me ajudam a NÃO TEMER MUDANÇAS. São elas que impulsionam a continuar vivendo com intensidade.

A razão deste blog? Construir um diário-memorial, voltar a escrever, registrar o novo processo para uma vida mais saudável (reeducação alimentar e atividade física), compartilhar vivências e, quem sabe, inspirar outras pessoas a viverem com intensidade.

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